Enquanto normas técnicas têm um papel fundamental na sociedade — de padronizar a produção, garantir qualidade para o consumidor, fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias e propiciar geração, armazenamento e análise de dados — elas também podem representar desafios para os profissionais e equipes que as colocam em prática todos os dias.
A NBR 15575 é um dos principais regulamentos relativos à edificação habitacional no Brasil e, desde sua publicação em 2013, ela vem se apresentando como um estímulo à inovação nesse setor da construção civil, levando os participantes dos processos a buscarem soluções novas e eficientes para a realização de seus critérios durante toda a execução da obra.
No artigo de hoje, vamos conhecer alguns dos requisitos apresentados nessa NBR e como as tecnologias podem assegurar a qualidade na efetivação dessa e de outras normas técnicas e certificações. Por isso, acompanhe.
Entenda o que são requisitos e critérios
O conteúdo da NBR 15575 se estabelece tendo como base as necessidades do usuário quanto ao uso dos espaços. Esses requerimentos, por sua vez, se enquadram em três grandes temas — segurança, habitabilidade e sustentabilidade.
Além disso, o entendimento de que um projeto habitacional é composto por diferentes sistemas é importante para compreensão do conteúdo da norma, pois ela se divide em seis partes que tratam das exigências para cada sistema especificamente. São elas:
- Requisitos Gerais;
- Requisitos para Sistemas Estruturais;
- Requisitos para Sistemas de Pisos Internos;
- Requisitos para Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas;
- Requisitos para Sistemas de Cobertura;
- Requisitos para Sistemas Hidrossanitários.
Em todas as partes, os requisitos qualitativos relacionados a cada sistema são traduzidos em critérios quantitativos que possibilitam o cumprimento e a verificação das determinações de maneira objetiva. Os métodos que serão utilizados na avaliação técnica também são descritos no texto.
Conheça as exigências
A resolução dos requisitos é abordada de maneira indireta, através de demandas relativas ao “uso consagrado de produtos ou procedimentos” — de acordo com o texto do regulamento. Mas o que isso significa na prática?
Para esclarecer essa e outras questões, vamos explicar os temas nos quais se incluem as demandas da NBR 15575 e trazer exemplos de requerimentos, bem como de alguns dos critérios aplicáveis.
Exigências de Segurança
O conceito de segurança é amplo, podendo tratar de muitos assuntos, mas, no caso de construções habitacionais, ele se refere principalmente a três quesitos: segurança contra fogo, segurança estrutural e segurança de uso e operação. Cada um dos sistemas tratados pela Norma de Desempenho é observado à luz dessas demandas de forma que se encontrem todos os possíveis caminhos que reforcem uma mesma exigência.
Quando falamos de segurança contra incêndios dentro do sistema de pisos internos, por exemplo, a norma diz que o piso deve dificultar a ocorrência da inflamação generalizada, e também que deve ser planejado e construído de maneira a não gerar fumaça excessiva em caso de fogo.
Esse item sozinho não garante eficácia na prevenção de incêndios, mas é parte de um conjunto de soluções que abrangem todos os outros sistemas também. Em termos de critérios quantitativos, a NBR 15575 define valores mínimos necessários para certas propriedades dos materiais, como o “índice de propagação superficial de chama” e a “densidade específica ótica máxima de fumaça”, por exemplo.
Exigências de Habitabilidade
Ao falar de habitabilidade, a norma traz exigências relativas a:
- estanqueidade — estruturando meios de evitar que a água da chuva invada os ambientes e que a de uso vaze para outros materiais e locais que deveriam permanecer secos;
- desempenho térmico — tentando criar ambientes apropriados às temperaturas locais durante todo o ano;
- desempenho lumínico — adequando a quantidade de luz natural e artificial a cada tipo de ambiente;
- desempenho acústico — trazendo limites de permeabilidade sonora entre unidades e em relação ao meio externo para garantir conforto aos usuários;
- qualidade do ar — tratando da circulação do ar em cada tipo de ambiente interno especificamente, bem como de meios de controle de microrganismos que podem ficar suspensos no ar;
- funcionalidade de acessibilidade — procurando assegurar que as demandas relativas ao acesso (seja de pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida ou mesmo de móveis às unidades, por exemplo) sejam possíveis;
- conforto tátil e antropodinâmico — buscando evitar que o usuário não tenha que exercer esforços físicos impraticáveis ao fazer uso de um espaço.
Como exemplo, os sistemas de vedações verticais internas e externas têm um papel chave na garantia do desempenho acústico. O regulamento nos oferece valores mínimos de performance para cada tipo de parede (como paredes internas à unidade, paredes entre unidades e paredes externas), e esses valores serão determinantes de espessuras mínimas para cada tipo de material e construção.
Exigências de Sustentabilidade
A NBR 15575 busca garantir a sustentabilidade do processo desde a concepção do projeto ao momento de uso do espaço construído e de exercício das funções previstas para ele. As frentes internas a esse tema tratadas pela norma são: manutenibilidade, durabilidade e impacto ambiental.
Podemos citar como exemplos de demandas sustentáveis, a exigência de condições adequadas de armazenamento e descarte de entulhos e resíduos durante a obra, e também a facilitação da economia de energia elétrica graças aos requisitos de aproveitamento de luz e ventilação natural.
A responsabilidade do implemento dos critérios da norma se divide entre todos os agentes do processo. Primeiro, o fornecedor, pela qualidade de seu produto; o projetista, que escolhe os materiais; o construtor, que assegura os cuidados apropriados às peças e o correto processo de execução das técnicas; o incorporador, que deve fazer a análise da viabilidade técnica e definir as premissas de projeto juntamente ao projetista; e, finalmente, o usuário, que deverá seguir sempre o Manual de Uso, Operação e Manutenção do empreendimento.
Saiba o que pode ajudar a colocar as demandas em prática
Um dos desafios importantes às construtoras e incorporadoras é o de coordenar o preenchimento e o acesso a dados e documentos, já que cabe a elas realizar a conferência de materiais e das boas práticas de construção, tendo em vista as técnicas escolhidas para o projeto, bem como da documentação necessária para comprovação de tudo isso. Esse revés se mostra contundente, principalmente se tratando de equipes grandes.
Ferramentas digitais de acompanhamento de obras, como o QualiTab, aparecem como grandes aliadas da eficiência e organização desses processos, já que garantem o acesso a todos os documentos — fichas de verificação de serviços (FVS), fichas de verificação de materiais (FVM), relatórios diários de obras (RDO), checklist final de obra (CKL), entre outras funções — em uma mesma plataforma, facilitando checagens e auditorias.
Os dados inseridos no aplicativo QualiTab são salvos e sincronizados automaticamente. Caso não haja conexão à internet, eles se armazenam no próprio dispositivo e são carregados à nuvem assim que uma rede fica disponível. Isso ajuda a evitar que documentos sejam perdidos ou que a má realização de uma tarefa passe despercebida e gere retrabalhos, além de garantir acesso imediato de todos os gestores aos dados mais atualizados.
O foco na aplicação eficiente da NBR 15575 é essencial e pode gerar bons resultados para sua empresa, tanto no que diz respeito a clientes satisfeitos com a boa qualidade do projeto, quanto em relação à incorporação de novas tecnologias aos processos.
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