Selo de sustentabilidade: por que investir?

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A indústria da construção civil é conhecida por ser uma das atividades com maior impacto no meio ambiente, tanto no processo construtivo quanto na utilização das edificações. Porém, é possível planejar, executar e operar edificações de maneira sustentável.

Para isso, criaram-se diversas certificações que incentivam as empresas a desenvolver um projeto que seja executado e operado de maneira a reduzir o impacto no meio ambiente. Compreender como os selos de sustentabilidade funcionam e quais são suas premissas é importante para todo gerente de projeto, agregando maior valor aos empreendimentos desenvolvidos pela empresa.

Pensando em disseminar mais o conteúdo acerca dos selos de sustentabilidade, escrevemos este artigo. Boa leitura!

Selos de sustentabilidade

Os selos de sustentabilidade podem ser aplicados em diversos segmentos da indústria, desde a alimentação até a construção civil. O objetivo dos selos, independentemente do segmento, é comprovar as metodologias utilizadas e os processos envolvidos para a fabricação do produto, indicando para o mercado que aquele produto passou por um processo específico e rigoroso.

Na construção civil, os selos de sustentabilidade garantem ao cliente que a edificação foi projetada seguindo a metodologia e os preceitos indicados pela certificação, tornando-se um empreendimento sustentável.

Principais selos de sustentabilidade na construção civil

Atualmente, existem inúmeras certificações, nacionais e internacionais, que podem ser aplicadas em qualquer edificação. A seguir, serão abordados os mais aplicadas na construção civil no Brasil.

Casa Azul

O Selo Casa Azul foi desenvolvido pela Caixa Econômica Federal especificamente para as edificações residenciais que a instituição financia. O objetivo era criar uma certificação que incentivasse o uso racional dos recursos e a melhora na qualidade da edificação, premiando os projetos que apresentem soluções eficientes na construção, ocupação e manutenção.

O selo consiste em 53 critérios, divididos em 6 categorias:

  • qualidade urbana;
  • eficiência energética;
  • conservação dos recursos e materiais;
  • projeto e conforto;
  • gestão de água;
  • práticas sociais.

Para ter direito ao selo, é preciso fazer a adesão, que é voluntária, informando que existe o interesse em obter a certificação. É necessário obedecer a 19 critérios obrigatórios. A partir disso, de acordo com o número de critérios opcionais, o empreendimento é classificado em bronze, prata ou ouro.

O nível bronze é o mais básico, e para obtê-lo basta estar de acordo com os 19 itens obrigatórios. Já para obter o nível prata, o empreendimento deve obedecer a 6 itens opcionais, além dos obrigatórios. Por fim, para ser classificado como ouro, deve cumprir os 19 itens obrigatórios e, no mínimo, 12 opcionais.

LEED

A certificação LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design) é um sistema internacional utilizado em mais de 140 países. Assim como o Selo Azul da Caixa, o seu objetivo é desenvolver empreendimentos que visem uma construção, manutenção e ocupação sustentáveis.

Porém, o LEED é uma certificação mais abrangente, permitindo a classificação de diversos tipos de edificações. Atualmente, no Brasil, são emitidas as seguintes certificações pelo Green Building Council Brasil (GBCB):

  • LEED NC para novas construções e projetos de renovações grandes;
  • LEED CS para a envoltória e parte central do prédio;
  • LEED ND para desenvolvimento de bairro e localidades;
  • LEED CI para projetos de interiores e edifícios comerciais
  • LEED Retail NC e CI para lojas de varejo;
  • LEED Healthcare para unidades de saúde;
  • LEED Schools para unidades escolares;
  • LEED EB O&M para operação e manutenção de edifícios existentes.

São 7 categorias, que consideram o espaço sustentável, eficiência no uso da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade do ambiente interno, inovação e processos, e créditos de prioridades ambientais. Para ser classificado, o empreendimento deve pontuar dentro de cada uma das 7 categorias, podendo obter as seguintes classificações:

  • Certified — 40 a 49 créditos;
  • Silver — 50 a 59 créditos;
  • Gold — 60 a 79 créditos;
  • Platinum — 80 créditos ou mais.

AQUA-HQE

A certificação AQUA-HQE foi desenvolvida com base no selo francês Démarche-HQE (Haute Qualité Environnementale), adaptando-o para a realidade brasileira. O objetivo é obter uma qualidade total do projeto e empreendimento, exigindo planejamento e controle de obra.

Desde 2008, a Fundação Vanzolini é a responsável por certificar as edificações com o selo AQUA-HQE. Para isso, são realizadas auditorias presenciais para verificar as etapas de concepção, realização e operação. O empreendimento que deseja obter a certificação precisa alcançar, no mínimo, 3 categorias no nível Melhores Práticas, 4 no nível Boas Práticas e 7 no nível Base.

Procel Edifica

O Selo Procel Edificações foi lançado em 2014 pelo Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel Edifica). Por meio de adesão voluntária, o selo tem o objetivo de certificar os empreendimentos de acordo com sua eficiência energética, exigindo uma Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), que vai desde o nível E (pouco eficiente) até o nível A (muito eficiente).

A certificação pode ser concedida tanto na etapa de projeto quanto no edifício construído, e avalia três sistemas diferentes: envoltória, sistema de iluminação e sistema de ar-condicionado. Atualmente, a certificação pode ser aplicada tanto para edificações comerciais de serviços e públicas, quanto residenciais.

FSC Brasil

A certificação FSC Brasil tem o objetivo de promover o manejo florestal responsável. Desenvolvida pela Forest Stewardship Council (FSC), essa certificação garante aos clientes que os produtos utilizados durante a execução do projeto estão de acordo com processos sustentáveis, considerando o manejo responsável de florestas.

Os benefícios dos selos

Existem diversos benefícios para a empresa que decide adotar uma certificação para o seu empreendimento. O primeiro deles é a economia gerada no processo de construção. A maioria dos selos exige um controle rigoroso durante a construção, fazendo com que o gestor faça o uso consciente dos materiais. Por meio dos processos mais rigorosos, é possível reduzir os custos, aumentando a eficiência da etapa de execução.

Outro benefício importante é o valor agregado e a diferenciação da marca no mercado. Ao escolher uma certificação sustentável, a empresa mostra que está preocupada com o futuro e, ao mesmo tempo, com a qualidade do empreendimento, e essa imagem é transmitida para o cliente. O Selo Azul, por exemplo, exibe os empreendimentos certificados, de maneira gratuita, nos seus eventos.

Por fim, a empresa que opta por aderir a uma certificação possui um empreendimento com maior valor agregado e diferenciais no mercado, aumentando o seu lucro.

É evidente que investir nos selos de sustentabilidade traz inúmeras vantagens para a empresa. Desde uma maior eficiência na execução da obra, reduzindo custos e aumentando a qualidade, até o aumento no preço do produto final. Portanto, é importante que os gestores entendam mais sobre as certificações utilizadas no Brasil, para que possam agregar mais valor aos seus empreendimentos.

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